Matéria por Ednaldo Rocha e Hannah Fernandes
Edição final por Ednaldo Rocha e Hannah Fernandes
A linguagem é uma determinante essencial no desenvolvimento e propagação de uma cultura. A distinção da escrita, por meio de livros nos quais conseguem retratar fielmente, de gerações a gerações histórias que aos mais novos ensina conceitos como humildade, amizade, moral, honestidade. Aos mais velhos, cabe a leitura mais complexa, esclarecedora, porém entrincheirada em teses e pensamentos tanto sociais quanto políticos. Mas também, não quer dizer que os anciões da vida não possam voltar ao seu tempo de mocidade lendo um bom livro infantil, fundamentalmente cultural, mas que com certeza trás à tona questionamentos e pensamentos nostálgicos, banhados pelo sumo de toda uma vida vivida, mas que ainda sim chega de uma pureza sublime e branca. Involuntariamente o sorriso bobo vem à face de quem um dia já experimentou a pureza de uma criança até a consciência de um senhor, mas mesmo assim, folhas em profusão de palavras fazem uma ponte sólida entre o início de uma vida, os anos vindouros do aproveitamento e a calmaria da velhice.
Na relação entre linguagem e cultura, um aspecto essencial diz respeito às diferentes funções da escrita e às formas de sua apropriação social em sociedades letradas. Tomando como inspiração a forma de um uso específico da escrita pelo povo indígena Jarawara e narrativas de ribeirinhos do rio Madeira do mito amazônico Cobra Norato, são discutidas as diferentes relações entre oralidade e escrita que, atravessadas pelas relações de poder, transformam o alfabeto, de artefato histórico construído para o registro da oralidade, em espaço social de construção de distinções, clivagens e exclusões.Dentre as múltiplas facetas da correlação entre linguagem, cultura e ideologia, significativamente é a questão da aquisição da modalidade escrita da linguagem e seus percalços que é aqui focalizada. O foco, seguramente, é conseqüência do espaço social e cultural por que transitamos, espaço em que a própria correlação é discutida, pois dificilmente em grupos sociais ditos não letrados ¾ por exemplo, num roda de causos, lendas e histórias ¾ a cultura e a ideologia são tematizadas, o que não significa que nos causos, lendas e histórias não circulem cultura e ideologia.
O que muitas pessoas não sabem é que o português falado no Brasil traz inúmeras palavras de origem africana. Em razão da escravidão dos negros da África no Brasil Colônia, houve uma importante contribuição do continente na formação do que podemos chamar hoje de idioma brasileiro. Muitas palavras existentes em nosso dicionário são usadas em comum sentido tanto aqui como em Angola, um exemplo que marca a forte ligação linguística.
A vinda dos negros africanos como escravos foi um marco histórico brasileiro, sobretudo do século XVI. Apesar das precárias condições da escravidão, os povos traficados jamais deixaram para trás a herança cultural do seu povo.
Hoje, podemos observar no dicionário brasileiro uma variedade de termos que usamos em nosso dia a dia, sem termos a noção de sua origem africana, mais especificamente do grupo bantu. Entre os exemplos encontramos: abadá, caçamba, cachaça, cachimbo, caçula, candango, canga, capanga, carimbo, caxumba, cochilar, corcunda, dengo, fubá, gibi, macaco, maconha, macumba, marimbondo, miçanga, moleque, quitanda, quitute, tanga, xingar, banguela, babaca, bunda, cafofo, cafundó, cambada, muquirana, muvuca.
É importante termos a consciência de que a África é uma das responsáveis pelo português que temos hoje no Brasil. Um idioma rico e variado, originado de vários povos e que conquistou sua identidade única por conta da forte miscigenação linguística.
Palavras portuguesas de origem tupi (segundo Antônio Geraldo da Cunha)
Existem numerosas outras palavras de origem tupi ainda hoje em uso, regionalmente (em especial na região amazônica). Muitas perduram apenas na tradição oral, ainda sem registro histórico ou literário na língua portuguesa.
Abacaxi, açaí, acapu, acapurana, acarapitanga, acarapitinga, açu (guaçu), aguapé, aí, aipim, amoré, anapuru, arapiraca, arara, arará, bacu, baiacu, beiju, biboca, boipiranga, boiquatiar, boitatá, boré, braúna, buçu, buijeja, buriti, caatinga, caba, caetê [caeté], cajá, caipora, caju, capim, capivara, capoeira, caraetê, caramuru, carão, cauaçu, cipó, copiar, cururu, Gambá, graúna, jabuti, jacá, jacaré, japá, jararaca, jequiriti, jequitibá, macaxeira, mandioca, mangaba, mirim, Oca, paçoca, pajé, Picuí, pipoca, piraí, piranha, pitu, pororoca, saí, soca, sururu, tapioca, taxi, tobi, ubuçu, urubu, urutaurana, urutu, vivia.
Na época das grandes navegações, Portugal conquistou inúmeras colônias e o idioma português foi influenciado pelas línguas faladas nesses lugares, incorporando termos diferentes como "jangada", de origem malaia, e "chá", de origem chinesa. O período renascentista também provocou uma série de modificações na língua, que recebeu termos eruditos, especialmente aqueles relacionados à arte.
Os colonizadores portugueses, principalmente os padres jesuítas, difundiram o idioma no Brasil. No entanto, diversas palavras indígenas foram incorporadas ao português. Assim, o idioma português foi se juntando à família linguística tupi-guarani, em especial o Tupinambá, um dos dialetos Tupi. Os índios, subjugados ou aculturados, ensinaram o dialeto aos europeus que, mais tarde, passaram a se comunicar nessa "língua geral", o Tupinambá. Em 1694, a língua geral reinava na então colônia portuguesa, com características de língua literária, pois os missionários traduziam peças sacras, orações e hinos, na catequese.
Africanos e sua participação
Com a chegada do idioma iorubá (Nigéria) e do quimbundo (Angola), por meio dos escravos trazidos da África, e com novos colonizadores, a Corte Portuguesa quis garantir uma maior presença política. Uma das primeiras medidas que adotou, então, foi obrigar o ensino da Língua Portuguesa aos índios.
Desde o século XVI, época da formação do Português moderno, o português falado em portugal manteve-se mais impermeável às contribuições linguísticas externas. Já o Brasil, em decorrência do processo de formação de sua nacionalidade, esteve mais aberto às contribuições linguísticas de outros povos.
Atualmente, existem muitas diferenças entre o português que falamos no Brasil e o que se fala em Portugal. Tais diferenças não se limitam apenas à pronúncia das palavras, facilmente notabilizada na linguagem oral. Existem também diferenças de vocabulário (só para citar um exemplo, no Brasil dizemos "trem", em Portugal se diz "comboio") e de construção gramatical (enquanto no Brasil se utiliza uma construção como "estou estudando", em Portugal prefere-se a forma "estou a estudar").
Fonte: Acesso do site
Só Português no dia 22/08/2016 as 22h47min.
Acesso do site
Afreaka no dia 22/08/2016 as 23h02min.
Acesso do site
Geo Cities no dia 22/08/206 as 23h10min.